Os Apoios das linhas elétricas, habitualmente também designados pelo termo postes, são estruturas concebidas e fabricadas em vários materiais, aço, betão armado, compósitos, alumínio e madeira. Nas subestações as estruturas são geralmente fabricadas em aço ou betão. Estas estruturas fixam, através de isoladores, os cabos e outros equipamentos e garantem as distâncias de isolamento necessárias para proporcionar o funcionamento seguro das instalações.

A concepção e os tipos de materiais dos Apoios das linhas e das estruturas das subestações estão associados aos escalões de tensão das instalações, quanto mais elevada a tensão maiores serão as distâncias de isolamento e, em consequência, as dimensões das estruturas. As cargas de dimensionamento seguem a mesma tendência, dado que às tensões mais elevadas correspondem em geral cabos de dimensões transversais mais elevadas e também vãos mais longos.

A concepção e geometria dos apoios são definidas pela coordenação do isolamento do escalão de tensão a que se destinam e pela função a desempenhar: alinhamento, ângulo, reforço ou terminal, que, por sua vez, determinam os valores das acções de dimensionamento de acordo com a regulamentação ou normativos adoptados.

Para além dos aspectos elétricos e mecânicos os Apoios das linhas devem considerar outros valores, nomeadamente de natureza ambiental e que desde o início dos anos 70 e em especial nos EUA, passaram a ser de avaliação obrigatória e objetiva em termos dos impactes sobre a paisagem e sobre a avifauna.

Assim, de entre os aspectos que determinam a concepção e dimensionamento dos apoios, devem incluir-se:
  • Adequação dos apoios à configuração do terreno. Nas zonas planas é óbvio que a utilização de apoios com os cabos dispostos na horizontal é preferível à disposição vertical.
  • Minimização dos riscos de colisão das aves com os cabos através da diminuição dos "planos de colisão". Também neste caso a disposição na horizontal é preferível à vertical.
  • Dimensões dos apoios ao nível do solo adequadas ao tipo de exploração do mesmo. Em geral, as estruturas compactas ao nível do solo são mais convenientes do que as de grandes dimensões. Este aspecto é relevante nas zonas de minifúndio em que, por vezes, a colocação de um apoio envolve a ocupação, ainda que parcial, de várias propriedades.
  • Evolução da gama de apoios disponível de forma a acompanhar a evolução de cabos disponíveis no mercado. Por vezes não é possível utilizar plenamente as capacidades dos cabos ou adoptar cabos novos dado que os apoios disponíveis não suportam as acções desses cabos. Sobretudo, ao nível das extra-altas tensões esta impossibilidade não tem justificação, quer por razões de economia quer do ponto de vista dos impactes sobre a paisagem. De facto, flechas mais baixas significam apoios mais baixos ou vãos maiores com a consequente redução do número de apoios.
  • Concepção de Apoios especiais para comportarem a instalação de vários circuitos (superior a dois), à mesma tensão ou a tensões diferentes, para utilização em zonas ocupadas e em que não há espaço disponível para instalar novas linhas. Nestes casos uma das linhas existentes é desmontada e o seu corredor é ocupado por uma linha multi-circuitos.

A silhueta para 60 kV em que o cabo de guarda (convencional ou OPGW) ocupa uma das consolas superiores visa diminuir as possibilidades de colisão da avifauna, sem prejuízo do desempenho da linha às descargas atmosféricas. De facto, esta silhueta para as alturas habituais das linhas deste escalão apresenta, por comparação com as outras, um número inferior de descargas directas sobre a linha dado que tem menor altura. Por outro lado, as distâncias de isolamento neste escalão implicam o contornamento quase certo das cadeias de isoladores quando uma sobretensão atmosférica incide sobre o cabo de guarda, sobre o apoio ou sobre os condutores.

A necessidade do cabo de guarda impõe-se por motivos de segurança dado que permite escoar as correntes de defeito originadas por contornamento das cadeias ou contato com as partes em tensão, para os apoios de menor resistência de terra.